Vem aí um novo boom do mercado imobiliário? Veja o que dizem os especialistas

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O Brasil vive o início do que talvez será o maior boom do mercado imobiliário na sua história. 

Quem está dizendo é Ricardo Amorim, consultor de negócios e economia global, pós-graduado em Administração e Finanças Internacionais e eleito pela Revista Forbes como o economista mais influente do Brasil.

Além dele, outros especialistas e as principais publicações do país estão falando a mesma coisa em plena pandemia de coronavírus.

Quer entender por que isso está acontecendo e como você pode ganhar dinheiro com isso?

Siga lendo este texto para se manter informado sobre as oportunidades que o mercado imobiliário prepara para os próximos anos

O Brasil vive um novo boom do mercado imobiliário?

capão da canoa

Para entender a situação, vale a pena relembrar os acontecimentos mais recentes.

O ano de 2019 já foi positivo para investidores do mercado imobiliário, com aumento de 9,7% nas compras/vendas e de 15,4% nos lançamentos de imóveis

A estimativa para 2020 era super positiva devido à expectativa de retorno do Sistema Financeiro da Habitação (SFI).

O SFI é formado pela parte dos compradores que já tem recursos ou uma parcela dos investimentos. 

E o ano começou bem.

Pesquisa da Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC) mostrou que houve aumento de 26,7% nas vendas de apartamentos no primeiro trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado. 

E, então, veio a pandemia de Covid-19, que tem causado impactos consideráveis na economia brasileira. 

O vírus já contaminou o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que caiu um tombo histórico de 9,7% no segundo trimestre, e destruiu o emprego de 2,9 milhões de pessoas entre maio e agosto, o que corresponde a uma alta de 27,6% no desemprego no período.

As incertezas por causa da Covid-19 interromperam uma tendência de crescimento no setor imobiliário que vinha desde janeiro de 2018. 

Mas os impactos no mercado foram menores que os estimados de início. Na comparação entre o 1º semestre de 2020 e o 1º semestre de 2019, as vendas caíram apenas 2,2%.

Ok, mas e por que estamos falando em BOOM IMOBILIÁRIO?

É porque surgiram outros ingredientes que estão modificando o cenário.

Um deles é a queda da taxa Selic, que em agosto tombou para 2% ao ano – configurando o juro mais baixo da história do Brasil. 

Taxa SELIC

E uma das consequências é que investidores estão sendo obrigados a procurar novos rendimentos além de renda fixa atrelada a essa taxa. 

Com isso, o segmento que se apresenta como o ambiente mais seguro em termos fiscais no contexto antes da pandemia é o imobiliário.

Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 11,7 bilhões em agosto, um crescimento de 74,7% em relação a 2019. Foi o maior volume da série histórica iniciada em 1994.

A seguir, veremos esse e mais 4 motivos que podem estar provocando o maior boom imobiliário que o país já viu.

4 motivos que levam ao boom do mercado imobiliário

1) Juros baixos

Que os juros básicos da economia brasileiro (a taxa Selic) caíram para perto de zero nós já comentamos.

A consequência disso é que, quando a taxa de juros fica abaixo da inflação, os bancos perdem a oportunidade de ter uma boa rentabilidade com aplicações tradicionais de renda fixa (como o Tesouro Direto, por exemplo).

Mas a renda variável não tem sido uma boa alternativa.

O risco está ainda mais alto por conta da pandemia, que trouxe muitas incertezas sobre a economia nacional e internacional.

Diante desse cenário, como a taxa de juros de prazo mais longo ainda permanece mais alta, os bancos ainda têm a oportunidade, se emprestarem agora, de obterem uma remuneração mais elevada.

E qual é o “empréstimo” de prazo mais longo do país? O financiamento imobiliário. 

Além disso, a queda da Selic também reduziu a taxa básica de juros dos financiamentos.

Quem saiu ganhando também? O cliente, que vai pagar prestação mais baixa. 

Um imóvel de R$ 300 mil financiado em 360 meses, oito meses atrás, resultava em uma parcela mensal de aproximadamente R$ 3.000. Hoje, essa prestação está em R$ 1.800.

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2) Disponibilidade de crédito imobiliário 

Com essa larga vantagem do empréstimo longo do mercado imobiliário no cenário atual, os bancos estão emprestando mais do que nunca para financiamentos de imóveis.

Prova disso é o índice recorde de financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de Poupança e Empréstimo (SBPE). Além disso, a taxa de crescimento é enorme, quase dobrou!

Foram financiados, em agosto de 2020, construção, 39,5 mil imóveis, resultado 49,7% maior do que em agosto de 2019. Isso tudo enquanto a taxa de desemprego no Brasil ainda é a mais elevada da história.

Quando o desemprego cair e, consequentemente, o risco de inadimplência para os bancos diminuir, a tendência é que a oferta de crédito imobiliário aumente ainda mais.

Isso tende a gerar uma enorme busca por imóveis.

Com isso, outra consequência será o aumento de lançamentos de empreendimentos e uma movimentação significativa nos preços dos imóveis ao longo dos anos. Cenário perfeito para quem quer investir.

3) Novos hábitos da quarentena

Como a pandemia obrigou as pessoas a ficarem mais tempo e por um longo período dentro de casa, elas adquiriram novos hábitos, como o homeoffice, a cozinhar mais e ajudar os filhos com as aulas, por exemplo. 

Tudo isso as fez questionarem suas prioridades e, em muitos casos, a mudarem seus gostos de onde querem morar, como querem trabalhar e quais imóveis se adéquam melhor a isso.

Muitos preferiram a experiência de trabalhar em casa ao padrão anterior de trabalhar no escritório e não querem retornar. Neste caso, não têm mais a necessidade de morar no centro ou perto do trabalho.

Assim, estão saindo das capitais e procurando imóveis no interior ou no litoral.

Mesmo quem fica porque precisa ir uma ou duas vezes na semana para o escritório, está optando por imóveis mais distantes do centro, mas com espaço maior.

Outra tendência é a valorização de empreendimentos com mais áreas comuns, com varanda, churrasqueira, piscina e espaço kids ou pet, por exemplo.

Com isso, ao invés de escolher a parcela mais baixa devido à queda dos juros, muitas pessoas estão aproveitando para financiar imóveis maiores. 

Assim, com os mesmos R$ 3.000 de parcela de oito meses atrás que citamos antes, agora esse comprador escolhe um imóvel mais caro e que atende às suas novas preferências e hábitos.

4) Retomada da economia

O Brasil é o país que enfrenta o surto de Covid-19 mais grave na América Latina. Por outro lado, temos tido a recessão mais leve da região neste ano, devido à reabertura rápida da economia e às medidas de estímulo temporárias.

A expectativa também é otimista para o pós-pandemia. Gustavo Rangel, economista-chefe para a região do ING Financial Markets, aposta que o Brasil tenha a “recuperação mais rápida” em comparação com os países vizinhos.

O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, considerou a previsão da própria instituição – queda de 6,4% do PIB em 2020 – muito pessimista. A pesquisa Focus indica retração de 5,6% neste ano. 

Os especialistas são firmes ao dizer que a retomada brasileira vai depender do controle sobre o vírus. No entanto, há um aumento na confiança por parte de consumidores e empresários.

Isso somado a uma maior procura por imóveis e à mudança no tipo de imóvel buscado está criando o cenário ideal para que o Brasil viva o maior boom imobiliário que já viu na história.

Segundo Ricardo Amorim, foi exatamente isso que aconteceu em todos outros países que viram taxas de juros caírem para patamares próximos de zero.

“O Brasil está chegando atrasado nesse processo. Já aconteceu na Europa, no Japão, os Estados Unidos, na América Latina também. Agora, por conta da pandemia e da crise econômica, é realidade também no Brasil”, afirmou o especialista.

Leia Também: Investir em Imóveis é Seguro? 4 Motivos Para Não se Arrepender

O que dizem os especialistas

“O fato é que se somar a maior disponibilidade de crédito imobiliário, que deve gerar mais procura por imóveis, até porque o Brasil tem um déficit habitacional gigantesco, a uma mudança até no tipo de imóvel que vai ser buscado, vai gerar um boom no setor imobiliário muito significativo. A menos que o Brasil passe por uma crise fiscal ou uma grande crise internacional, a chance de que o Brasil viva o maior boom imobiliário que ele já viu na história é muito grande, porque foi exatamente o que aconteceu em todos os outros países que viram taxas de juros que antes eram muito elevadas caírem para patamares próximos de zero” – Ricardo Amorim em sua conta do Instagram.

“O mercado está superaquecido”, diz a private broker (termo em inglês para designar os profissionais qualificados para vender ao público vip) Renata Firpo, uma das principais especialistas do mercado de imóveis de alto padrão do país. “Praticamente toda semana vendemos residências de valor elevado.” 

https://6minutos.uol.com.br/negocios/boom-do-mercado-imobiliario-aumenta-venda-de-imoveis-para-morar-e-para-investir/

“Ao que tudo indica, a queda na taxa básica de juros, a consequente reação de bancos para tornar as opções de financiamento mais atrativas, além da mudança na relação das pessoas com suas casas, vêm se refletindo na busca por novas opções de imóveis.” – Revista Exame

Como você pode reagir diante dessa situação

Vamos aos fatos:

1) A quarentena levou muitas pessoas a desejarem novos imóveis, maiores e mais afastados, como no litoral, em busca de qualidade de vida.

2) Da mesma forma, o complicado mercado para investidores, tanto os conservadores quanto os mais arrojados, tornou o cenário econômico atual como um dos melhores momentos da história para investir em imóveis

Por isso, se mudar para praia e alugar o seu imóvel em um grande centro urbano ou investir em um imóvel que esteja com boas condições em uma cidade de alta valorização, neste momento, pode ser uma excelente forma de ganhar de dinheiro no médio/longo prazo. 

Com a confirmação do boom imobiliário, quem tiver adquirido imóveis agora possui grandes chances de obter rendimentos que dificilmente seriam viáveis na atual situação de renda fixa e variável.

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